As apostas esportivas são legais no Brasil desde 2018, mas como não havia regulamentação, as empresas operam em um limbo jurídico. A maioria dos grupos internacionais que anunciam apostas – patrocinadores de times de futebol, por exemplo – oferecem o serviço por meio de sites no exterior.
Por isso, a operação brasileira da Betsson se resume às apostas online em corridas de cavalos, que são regulamentadas. André Gelfi, CEO da Betsson no Brasil, admite que o negócio é de nicho, com poucos milhares de jogadores e baixo faturamento. Ele acredita que o jogo de fantasia Betsson FC mudará a ordem de magnitude de suas operações locais.
“O faturamento deve ser multiplicado três ou quatro vezes em um ano e meio”, estima o executivo, que foi sócio da empresa brasileira Suaposta, que foi comprada pela Betsson em 2019, já de olho na regulamentação.
O Betsson FC será lançado esta semana em um modelo freemium: será possível jogar de graça, mas apenas jogadores pagantes vão disputar os prêmios principais. O preço para participar será de R$ 10 para cada rodada da competição. O desempenho dos atletas selecionados nas partidas reais agrega pontos ao usuário, que poderá montar times virtuais para participar de seis campeonatos, desde as séries A e B do Brasileirão até a Liga dos Campeões da Europa e Premier League.
Ao todo, a Betsson planeja distribuir R$ 1 milhão em prêmios em 300 rodadas, segundo André Gelfi. O Betsson FC foi “tropicalizado” a partir de uma estrutura desenvolvida pela empresa sueca Scout Gaming.
Mercado acima de US$ 20 bilhões
A BCC Research calculou no final do ano passado que o mercado global de games de fantasia no segmento esportivo movimentou US$ 20,4 bilhões em 2020. Em 2025, seu crescimento deve ser de 33,4% ao ano, chegando a US$ 86,3 bilhões.
No mercado americano, por exemplo, a liga profissional de futebol tem seu próprio jogo, o NFL Fantasy. Outro jogador importante é o DraftKings, que vale US$ 27 bilhões na Nasdaq. No Brasil, o maior jogo de fantasia esportiva é o Cartola FC, do Grupo Globo (o mesmo que publica o jornal O GLOBO).
Além do Betsson FC, a empresa acredita que a regulamentação das apostas finalmente chegará este ano, abrindo espaço para o desenvolvimento de um mercado local. O segmento foi inserido no PPI (Programa de Parceria de Investimentos) e deve ser alvo de concessões. O sorteio está sendo feito pelo BNDES. “O Brasil é a bola da temporada. Todas as operadoras do mundo estão de olho no mercado brasileiro aguardando regulamentação”, diz Gelfi, citando a projeção de que o governo brasileiro poderá arrecadar R$ 1.5 bilhão (US$ 270 milhões) no primeiro ano se as apostas online forem regulamentadas.
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